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Eixos temáticos
As XV Jornadas decorrerão em formato online, através da plataforma Zoom, entre os dias 16 e 17 de novembro de 2023. A conferência de abertura será proferida por um convidado e as sessões temáticas serão apresentadas de acordo com os seguintes eixos temáticos:
Eixo 1 – Informação e a Sociedade 5.0
O conceito da Sociedade 5.0 enfatiza o papel das tecnologias da informação e comunicação na criação de soluções para as necessidades dos indivíduos. Assenta num novo modelo de organização social, que preconiza a promoção de serviços tendo em vista o bem-estar dos indivíduos e em que a qualidade de vida, a inclusão e a sustentabilidade são os três valores principais. O objetivo da Sociedade 5.0 é construir um mundo mais inclusivo, em que todos os indivíduos têm um acesso igual aos benefícios associados às tecnologias. Na Sociedade 5.0, os dados acumulados no ciberespaço são analisados pela inteligência artificial, originando formas diversas de interação com o Homem no espaço físico. A inteligência artificial, a Internet das coisas, a computação em nuvem, a robótica, o big data, os robôs, a biogenética e a telemedicina são algumas das tecnologias associadas à Sociedade 5.0 e que permitem ao Homem uma maior qualidade de vida e um menor esforço humano para atividades repetitivas, ocasionando um menor índice de erros e uma maior produtividade, fatores muito atrativos para as organizações.
Eixo 2 – Infodemia, desinformação e fake news no contexto pandémico e pós-pandémico
Durante a pandemia de COVID-19 houve uma crescente disseminação de desinformação e fake news relacionadas à saúde nas mídias sociais e tradicionais, em grande parte resultante do fácil acesso aos conteúdos informacionais disponíveis online via smartphones. Superada a pandemia, é o momento de se pensar em soluções informacionais, tecnológicas e legais que façam a contenção adequada da disseminação de conteúdos equivocados em larga escala ou em comunidades específicas, sem ferir a liberdade de expressão e comunicação dos indivíduos e da sociedade. Por se tratar de um grande fenómeno e processo de transformação social e informacional, este subtema receberá estudos que tratam tanto de diagnósticos de infodemia, desinformações e fake news durante e após a pandemia, quanto de soluções, ações e propostas que se foquem nesta problemática.
Eixo 3 – Comunicação científica em saúde
Desde os seus modelos mais tradicionais, assentes em publicações físicas ou digitais, validadas por um corpo editorial especializado e pelos pares, até aos formatos mais disruptivos e atualmente emergentes no contexto da Ciência Aberta, promotores de uma cultura “open” por meio do open access, open data, open peer review, open notebook, entre outros, que o sistema de comunicação científica está no coração da produção, difusão e consumo de informação fiável em Saúde, com todos os desafios de rigor e transparência que lhe são correlatos. Com as aprendizagens vividas recentemente sob a pandemia do vírus SARS-CoV-2, bem como com os olhos postos no contexto da Sociedade 5.0, importa renovar o inquérito a fazer aos diferentes canais e modos de comunicação científica, tanto formais quanto informais, bem como às especificidades que estes assumem no quadro da produção e da avaliação qualitativa e quantitativa das Ciências da Saúde, esta última desejavelmente pensada à luz do movimento das Métricas Responsáveis e das mais recentes orientações da Comissão Europeia, em diálogo com as melhores práticas de publicação científica aplicadas a uma escala global.
Eixo 4 – Processos comunicacionais e relacionais em saúde
A comunicação em saúde possui vários atores dentre os quais a população em geral, pacientes, profissionais de saúde, professores, estudantes e gestores. Para cada um desses atores há contextos específicos de comunicação, como redes sociais, unidades de saúde, instituições de ensino, aplicativos, empresas públicas e privadas, que podem ser compartilhados ou exclusivos para uma determinada comunidade. Este subtema pretende abarcar os processos comunicacionais em saúde que envolvem esses atores e/ou ocorrem nestes contextos, agregando-se a problematização da informação em saúde ou do profissional da informação nestes cenários, presenciais ou virtuais, síncronos ou assíncronos. Dessa forma, pensa-se aqui numa abordagem da informação em saúde sem fronteiras, ou seja, que vai além dos contextos tradicionais das bibliotecas, arquivos ou centros de informação, passando pelo ambiente de clínica ou de consulta em que o processo de comunicar informação é fundamental, e que promove a proximidade e a interação relacional saudável, independentemente do meio em que esta ocorre.
Eixo 5 – Inovação nos serviços de informação em saúde
A transformação tecnológica implicou uma significativa mudança na Sociedade. Os Serviços de Informação em saúde têm a possibilidade de aumentar a eficiência operacional e a competitividade através da aplicação de novas tecnologias e da construção de um ambiente mais intuitivo, personalizado e amigável que se dirija às necessidades de informação dos utilizadores. Perante as rápidas mudanças sociais e tecnológicas que impelem a uma reflexão ao nível global e local, assiste-se hoje à adoção de novos modelos de comunicação e informação digital, que criam novas necessidades e expectativas, mas também respostas e soluções. Destaca-se a relevância de pensar na reorganização de processos, em funções apropriadas à atualidade e considerar quais os serviços adequados aos utilizadores, envolvendo-os nesta demanda. A fase de transição para a Sociedade 5.0 que se vive poderá representar uma oportunidade para o desenvolvimento de serviços inovadores que integrem a inteligência artificial, a internet das coisas, robôs, entre outros, possibilitando a melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Eixo 6 – Profissionais da informação: formação, novas competências e novos papéis
Quando olhamos para o campo da informação em saúde, vemos um constante emergir de termos e conceitos relacionados aos profissionais da informação em saúde. Historicamente, partimos do bibliotecário clássico, bibliotecário documentalista, bibliotecário médico, bibliotecário clínico, documentalista em saúde, bibliotecário inserido no contexto, bibliotecário sem biblioteca e assim sucessivamente. Todos esses termos e conceitos indicam tentativas de compreensão da evolução, amadurecimento e consolidação dos papéis assumidos e demandados aos profissionais da informação em saúde. Este subtema abre um espaço para reflexões e discussões sobre novos papéis a serem assumidos por estes profissionais, juntamente com as competências e formações requeridas. Dessa maneira, trata-se de um espaço temático inclusivo para discutir a educação formal e continuada dos profissionais da informação no campo da saúde.